Desenvolver o feminino é a solução para as empresas do futuro e a estratégia vai além da equidade de gênero

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Sabemos que a equidade de gênero em cargos de liderança é importante para  as organizações  porque além de aumentar a diversidade nos grupos ela  é  fundamental para a promoção dos direitos humanos e do desenvolvimento econômico. Além disso, empresas com práticas de equidade de gênero são vistas como mais atraentes para investidores e consumidores conscientes.  

Há  anos venho trabalhando no desenvolvimento de  lideranças em grandes organizações, em especial em empresas que desejam aumentar a  participação de mulheres em cargos de maior poder de decisão.  Percebo que, além da importância de desenvolver as pessoas e promover um futuro melhor no ambiente de trabalho baseado na diversidade, é cada vez mais necessário desenvolver o “feminino” nas pessoas,  independente de sua identidade de gênero.

Nos apoiando na  filosofia Chinesa que traz a integração do feminino e masculino na dicotomia yin-yang, podemos ver uma grande distorção dessas energias no mundo de hoje. 

Estas energias precisam estar em  equilíbrio para que a vida se torne mais feliz e saudável. 

No entanto, a realidade é outra. Até hoje, nossa sociedade continua ainda a valorizar o elemento  yang que é o princípio masculino com foco em competir , acumular, concentrar, ter, fazer, aumentar, ambicionar, racionalizar, analizar, exigir,  (linear)  enquanto que o yin  princípio feminino  cooperar, dar, conectar, ser, cuidar, qualidade de vida, resiliência, intuição, empatia, (não linear) se encontra oprimido e em franca desvantagem neste jogo do equilíbrio.

Todos possuímos a energia feminina e masculina e me parece óbvio que o excesso de Yang (energia masculina) é uma das grandes causas dos problemas atuais que estamos enfrentando.

O excesso da energia yang, remete à pessoa  agressiva, desconectada do corpo, ansiosa, rígida, impaciente, incapaz de escutar, ou seja, viver e conviver demasiado nesta frequência  promove consequências graves para qualquer indivíduo em suas relações consigo mesmo e com os que o cercam.

Imagine um ambiente empresarial onde as características YANG são valorizadas em excesso.  Quais são as consequências?

Algumas que posso citar são as consequências diretas da arrogância, da falta de empatia e do pensar em grupo.

Tanto homens como mulheres, que enfatizam essa noção da liderança exclusivamente com qualidades masculinas e hierárquicas pouco contribuem para a mudança tão necessária em nossa sociedade. 

E o resultado desta valorização cega é o que leva à corrupção, degradação ambiental, quebra social, estresse, depressão, etc.   

Por fim, as respostas para as angústias atuais das organizações estão em grande parte, neste quesito,  na necessidade urgente de desenvolver uma liderança (pessoas) mais equilibrada, mais cooperativa, mais criativa, inclusiva e empática, características essas de uma origem da energia feminina, independente de gênero. 

Valorizar isso trará mais equilíbrio e ambientes mais saudáveis nas organizações. 

Sem a busca constante do equilíbrio entre estas energias continuaremos a falar muito, investir e avançar muito pouco. 

Por isso, acredito que além de promover a equidade e a inclusão é necessário  investir urgentemente em uma mudança de postura das lideranças, valorizando o “feminino” nas organizações,  o que ajudará a dar passos de gigante rumo a uma sociedade mais justa e feliz.  

Amanda Gomes

@amandagomes.me

 CEO e Co-Fundadora do Instituto Geração Soul, empresa dedicada a capacitar e preparar as lideranças de grandes empresas para lidar com os desafios da ascensão das lideranças femininas e da preparação de ambientes mais inclusivos e psicologicamente mais seguros.

Já, como bem lembra Sri Prem Baba ( Mestre espiritual e autor de 3 livros best sellers que fala sobre alegria e propósito )  o feminino é a receptividade é a aceitação, e a distorção do feminino é a idéia da vítima, é a carência afetiva, raiz da doença humana.
O masculino é o poder da ação e da realização, que quando distorcido se torna em violência e intimidação.
Precisamos tomar consciência e assumir a responsabilidade sobre tudo que está acontecendo e a autoresponsabilidade não aparece enquanto houver uma distorção do feminino“.